Composição: Este rapé é feito com tabaco e cinza de cumarú.
Intensidade: Suave.
Propriedades: Calma, auto observação e sensibilidade.
Indicações: O rapé da garça é indicado para reduzir a reatividade, estimular a sutileza da percepção e trazer mais maturidade e paciência na relação com nós mesmos, com os demais e o mundo. Ele ajuda a nos separar de nossos enganos, favorecendo a auto-observação, a recordação de nossa verdadeira natureza divina e uma compreensão mais ampla sobre os processos íntimos.
Contraindicações: A única contraindicação é relacionada a cinza de cumarú; ela costuma ser mais alcalina portanto pode provocar ardência durante aplicação, havendo um exagero na frequência pode machucar a mucosa nasal.

Voando majestosamente a batidas de asas amplas e lentas vemos as Grandes Garças Brancas, visão esta que já nos trás uma sensação de leveza, maciez e sensibilidade. Com suas belas penas longas e largas seu voo parece mágico de tanta suavidade demonstrada. Estas aves aquáticas migratórias costumam viver a beira de lagos, rios, mares, entre outras regiões úmidas e se alimentam predominantemente de peixes. Tal afinidade com as águas junto ao hábito migratório nos remetem a fluidez, flexibilidade e adaptabilidade e ainda uma relação de proximidade com outras características e símbolos de tal elemento.
Enquanto caça a garça se move muito vagarosamente e também pode ficar parada, imóvel, por tempos extensos. Isso demonstra tamanha calma e paciência e não apenas isso, ela é muito inteligente e sabe exatamente a melhor forma de pegar sua presa, por isso observa e estuda com muita cautela para que no momento certo, seja em terra ou em águas profundas possa estender seu longo pescoço e com o bico arpoar o alimento. Ela ainda usa de artifícios para atrair seus alvos, trazendo comida como iscas ou batendo suas pernas na água para direcioná-los e pegá-los. O elemental assim nos ensina a importância do entendimento sobre o funcionamento das coisas, a necessidade de uma compreensão clara para ser assertivo, algo que somente é possível conquistar de forma lenta e gradual. Que começa com a paciência no não saber.

A garça costuma viver em grupos e tem um comportamento bem manso, isso evoca a amorosidade; um verdadeiro sentimento de amizade que parte de uma percepção menos reativa sobre os relacionamentos e situações e também um sincero desejo de avanço em direção a felicidade. Elas dormem juntas em lugares elevados, seguros e silenciosos, mais uma vez nos lembrando de buscar paz em um recanto tranquilo e protegido dentro de nós. Elas são diurnas, depois de um dia ativo, voltar a um lugar alto, quieto e resguardado ainda nos leva a refletir sobre o que é superior, mais profundo e verdadeiro em nós, onde reestabelecemos nossas energias. Essa recordação então nos ajuda a nos separarmos do que é observado, do mundo externo e nos fixarmos mais na consciência, intimamente. Disso surge uma capacidade madura de auto observação consciente, de estudo dirigido e contemplação sutil. Junto com a compreensão das qualidades inerentes da matéria (das características da presa) que a garça demonstra com seu comportamento engenhoso, mais o hábito amigável, esta maturidade ainda se desenvolve em uma bonita capacidade de perdão e compassividade.

As aves alimentam suas crias em casal, onde as duas garças regurgitam o alimento e colocam no bico do pequeno. Mais um símbolo de amor maduro, e de uma construção sagaz e bem digerida do conhecimento.