”Ao glorioso elemental do beija-flor
Rogo por sabedoria e amor
Que por todo lugar aonde for
Do Ser que está nos céus, eu veja o fulgor
A ti colibri, elemental amigo
Ensine-me à equilibradamente buscar abrigo
Casando a clareza de uma mente perspicaz
Com a vivacidade de um coração tenaz”
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Quando vemos um beija-flor, mesmo naqueles breves momentos em que eles surgem de surpresa, captamos a pura e poderosa expressão das belas virtudes desta pequenina ave. O colibri, como também é chamado, é o único passarinho que consegue voar em marcha-ré e sustentar-se imóveis no ar, isso nos remete à um significado sensível relacionado a centralidade, cautela e destreza exímia. Eles param no ar, mas suas asas finas e compridas realizam movimentos extremamente rápidos para que isso seja possível. Essa atividade intensa mas direcionada nos permite a percepção de algo muito vivo porém estático no espaço. Assim ele recorda simbolicamente que as energias e atividades mentais bem direcionadas a um foco nos trará um centramento espetacular, uniforme e preciso.
Mas vai além, pois esta acuidade toda é direcionada à um fim muito específico; nutrir-se das flores que se apresentam em nosso mundo. Seus olhos conseguem captar as cores de forma muito apurada, tamanha é a percepção da manifestação da vida por parte destes serezinhos. E eles precisam de muita quantidade de alimento para sustentar sua natureza energética. As flores representam as virtudes, expressões do criador. E elas então nos alimentam a alma, e nos aproximam deste que é o doador de vida, que é superior a todos nós e que podemos chamar de Deus.
Da clareza de sentimento e pensamento nos surge o maravilhamento pelas manifestações que advêm de um plano mais elevado, e isso nutre nosso caminho interior nesta mesma direção, para cima. As cores ganham vida a partir de uma percepção equilibrada e direcionada. Os contornos são criados sem desequilíbrio entre recolhimento e desfrute.
Desta visão não são poucas as tradições que entendem o beija-flor como símbolo do casamento amoroso entre duas forças, para criar uma terceira mais completa. Deste consórcio harmônico há um preenchimento íntimo de sensibilidade, nos toca enxergar além da matéria, experienciar em consciência algo que transpassa a percepção deliciosa do voo da ave e do aroma da flor. Disto vemos que algumas tradições reconhecem o colibri como um elemental mensageiro dos mundos invisíveis.
O elemental então nos trás em modelo e quem sabe em realidade a união uníssona destas forças, gestando a experiência de centramento no espaço perante um mundo em florescência celestial. Equilíbrio, nutrição, visão, alegria…
Todas essas forças estão dentro de nós, e devem ser desenvolvidas junto com nosso próprio ser. O rapé nos serve de professor, este calor íntimo estimulado pela medicina do beija-flor deve ser usado com sabedoria e cautela e ao mesmo tempo com amor e desfrute consciente. O fogo brando transforma e acalenta, porém em excesso queima e fadiga.
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Composição: Este rapé é feito com tabaco, cinzas de murici e mulateiro, açoro e oriza.
Intensidade: Forte.
Propriedades: Equilíbrio, criatividade e positividade.
Açoro: O açoro é ao mesmo tempo relaxante e tônico. Ameniza as dores, é expectorante e descongestionador das vias aéreas. Estimula a vitalidade e é valorizado também como rejuvenescedor do cérebro e sistema nervoso e ainda remédio para distúrbios digestivos
Oriza: A Oriza é também tônica e sedativa, benéfica no tratamento de depressão, estresse e ansiedade. Ela estimula a circulação e é considerada afrodisíaca, pois estimula os hormônios sexuais e aumenta a libido
Indicações: O beija-flor é indicado para trazer equilíbrio, pode ajudar a tratar questões da mente e do coração. Auxilia-nos a enxergar com mais leveza e beleza. Este rapé nutre e regenera a partir da harmonia gerada, traz saciedade, portanto pode ser útil para tratar vícios.
Contraindicações: O beija-flor é um rapé forte em propriedades, por isso é contraindicado seu uso muito frequente. Em exagero pode ter os efeitos contrários como consequência. O que é o exagero depende de cada individuo ou momento, isso deve ser estudado pessoalmente ou com o feitor ou aplicador de confiança